sábado, 26 de setembro de 2009

Relatando vivências: Um toque de fantasia na realidade do trânsito sobralense.

Que estranho, que loucura. Em certos momentos, chegar até a ser cômico de tão desastroso que é. Esses foram meus primeiros pensamentos quando eu comecei a andar pelo centro de Sobral. Algumas vezes me sentir meio louca quando sem me perceber, eu estava a xingar um carro que se encontrava estacionado em uma rua de maneira totalmente atravessado como se ele fosse uma moto. Falei alto, como se tivesse comentando com alguém ao meu lado: - Mas olha, esses sobralenses são tão acostumados a andar de moto que quando adquirem um carro, eles o conduzem como se fosse uma moto. Estacionam em todo canto e ainda de modo atravessado, sem se preocupar em deixar espaço para os outros carros passarem. E o pior de tudo é quando eles cismam em passar por cima das calçadas, é uma afronta mesmo ao pedestre. Mas como eu sempre digo: - Em Sobral, tudo acontece! Os carros sofrem com problemas de identidade, porque ora são carros, ora são motos, e os motoristas? Sinceramente eu acho que todos eles nascem com genes de moto taxistas.

Sexta-feira, eu vi um caso que confirma essa minha teoria, essa dos genes de moto taxista, estou até pensando em catalogá-la no CID 10 como um clássico caso da “síndrome de moto taxista”. Já tenho as características detectadas desta síndrome, assim, já podemos sair por aí catalogando as pessoas portadoras para fazermos as estatísticas das pessoas afetadas, e aí então, de posse das estatísticas, poderemos então saber se decretamos um estado de alerta para a saúde pública ou não. Porque gente, essa doença é seria e perigosa. Quantas pessoas estão correndo perigo?

Enfim, vou relatar o caso clássico, assim todo mundo fica sabendo as características da pessoa portadora dessa doença e os perigos que ela representa para as outras pessoas em transito. É uma jovem de mais ou menos 35 anos, possuidora de um veículo, CARRO, uma saveiro preta. Sentindo fome, acredito eu, ela resolveu ir se alimentar na padaria do arco, a pão e Cia, acho que é esse o nome. Até aqui, tudo normal. Acontece que ela pára o carro quase em frente a padaria, onde eu ressalto, que não há vaga para estacionamento de carro, e pra completar numa curva, quero dizer, no encontro de duas ruas, num cruzamento. Mais pra completar mais ainda, o carro ainda é parado distante do meio fio, significando que ele ta quase no meio da pista. Mas isso ainda é pouco, ou pelo menos ela acha pouco, porque ela deixa o carro aberto, que é pra dar impressão que ela vai voltar logo, logo.

Mas quem conhece sobral, sabe que no horário de 10 da noite, o maior trânsito no arco é dos ônibus que saem levando os alunos da UVA, o que quer dizer que são veículos enormes, que pesam mais do que um carro e ainda cheio de alunos ensandecidos para chegar logo em casa. O fato é que um desses ônibus fica atrás desse carro por minutos e minutos, buzinando, já estressadamente, porque não dar pra ele passar. Nisso um homem, nos seus 40 anos, começa a discutir com o motorista do ônibus da UVA, reclamando pq ele ta buzinando. Parece que este homem conhece a dona do veículo e a estar defendendo das buzinadas do motorista do ônibus.

Nessa confusão toda, em que os alunos já começam a se irritar também e começam a vaiar o homem que acirradamente xinga o motorista que fervorosamente rebate os xingamentos do homem. Enfim, cadê a mulher???? Nada. A dita cuja só vai aparecer depois de 10 min. de discussão e uma fila imensa de carros que agora se encontram também atrás do ônibus.

Eu vendo tudo isso de dentro de um carro, parada nesse engarrafamento, ao ver a mulher, suspirei aliviada, porque agora ela ia tirar o carro do meio e a discussão entre os homens ia acabar. Porque o motorista do ônibus já havia aberto a porta e mandado o homem subir pra dar umas porradas nele, e aí a confusão ia ser grande. Mas a mulher chega, pro meu alivio né, ela entra no carro, liga o carro e parra um metro depois. Agora ela para em frente a padaria, na porta, em cima da lombada que tem a faixa de pedestre, com um pneu em cima da calçada. É, pelo menos agora, já dar pro ônibus passar. Mas os ânimos já estão tão exaltados que o motorista ainda ta de xingamento com o homem e vice versa. A mulher desce do carro como quem não fez nada, passa pelo homem que a estar defendendo, e diz assim: - num liga não, vamos entrar. E o carro, que eu acho que ela pensa que é moto, ta lá, muito “BEM” estacionado, não ta atrapalhando nada, e sabe de uma coisa? Eu tenho é certeza que ela pensa é que aquele motorista de ônibus é muito é do mal educado.

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